terça-feira, 12 de junho de 2012

Breve Caracterização Demográfica da Serra da Estrela  - NUT III

 
A sub-região da Serra da Estrela tem uma área de 872 km² e uma população de 43 737 habitantes (censos de 2011). Compreende três concelhos: Fornos de Algodres, Gouveia e Seia.
Manteigas e Celorico da Beira pertencem à Beira Interior Norte.

Índice de Envelhecimento (nº de idosos por cada 100 jovens)
2001 - 175,8
2010 - 223,7

Taxa bruta de Natalidade (permilagem)
1981 - 15
1995 - 7
2001 - 7
2010 - 6

Taxa bruta de Mortalidade (permilagem)

1981 - 12,6
2001 - 15,3
2010 - 15,1

Taxa de Fecundidade Geral (permilagem)

2001 - 30,9
2010 - 24,5


Taxa Mortalidade Infantil (permilagem)

1981 - 27,2
2001 - 2,9
2010 - 7,7


População Residente


1982 - 57.187 hab
2001 - 49.297 hab
2010 - 46.733 hab

Saldo Migratório Interno

1981 - -490 hab
2001 - -10 hab


Fonte: pordata.pt
Breve Caracterização Climática da Serra da Estrela - Penhas Douradas - altitude 1383 m

Gráfico termopluviométrico


Clima Temperado Mediterrâneo de influência de altitude:
  • verões frescos;
  • invernos rigorosos;
  • amplitude térmica anual moderada;
  • precipitações abundantes (que pode ser de neve durante vários meses).

Média mensal das temperaturas mínimas e máximas diárias


Gráfico retirado de: http://pt.allmetsat.com/clima/portugal-espanha.php?code=08568

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Paleogeografia e Tectónica


"Um milhão de anos, uma migalha na tempo da Terra".

Quando se conta a História da Terra é forçoso falar de milhões de anos. Nem sempre nos apercebemos da imensidade do tempo geológico.

Estima-se a idade da Terra em 4600 milhões de anos. Este espaço está dividido em unidades, sendo a mais ampla o Eon. Era, Período e Época são subdivisões que nos permitem restringir a cronologia dos acontecimentos geológicos.

Escala de tempo geológico
Fonte: Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela


As rochas que formam a Serra da Estrela, bem como os fenómenos geológicos que lhe deram origem, não constituem acontecimentos isolados, mas relacionam-se entre si, fazendo a história geológica da região. 

 
650 a 500 milhões de anos – Deposição de sedimentos  em meio marinho que deram origem a xistos e grauvaques do Super Grupo Douro-Beiras (Complexo Xisto-Grauváquico).


300 a 290 milhões de anos – Dobras hercínicas nos metassedimentos. Instalação dos granitos a cerca de 7 Km de profundiade. Redes de fracturação.

…10 milhões de anos – Ciclo de erosão acompanhado de ascensão dos níveis inferiores “UP LIFT” e aplanamento da Meseta.

10 a 2  milhões de anos – Os movimentos tectónicos alpinos fazem rejogar antigas falhas provocando a elevação da serra (pop-up). 


20 a 12 mil de anos – Glaciação Wurmiana cobre de gelo o planalto central e origina os glaciares.

in Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela


Modelo de estrutura em “pop-up” na formação da Cordilheira Central provocada pela compressão alpina. (Ribeiro 1988)
                                                  Fonte: Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela

 
Estruturas ativas no Norte e Centro de Portugal durante a colisão alpina. (Ribeiro 1990)

                                                      Fonte: Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela

Bloco Diagrama Esquemático da Geologia da Serra da Estrela


                                                            Fonte: Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela

A geologia da Serra da Estrela é dominada pela ocorrência de rochas graníticas hercínicas, como idade compreendida entre 340-280 milhões de anos, que intruem metassedimentos da idade Precâmbrica–Câmbrica, entre os 500-650 milhões de anos, relativos ao Complexo Xisto-Grauváquico. Estes granitos apresentam composição mineralógica variada, desde granodioritos a leucogranitos.

Em épocas mais recentes, os agentes da geodinâmica externa levaram à formação de depósitos de sedimentos, alguns dos quais com características muito particulares, como os provocados pela acção dos glaciares.

in Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela




Os granitóides que ocorrem na Serra da Estrela são rochas magmáticas plutónicas, a sua origem embora controversa, aponta para a de magmas resultantes de material de composição crustal, que ascenderam na crusta, até profundidades da ordem da dezena de quilómetros, tendo aí arrefecido e cristalizado.

Granito da estrela

É um granito moscovítico, de grão médio, que ocupa a superfície culminante do Alto da Torre e as vertentes Leste e Oeste da Ribeira da Alforfa até Unhais da Serra. 

domingo, 10 de junho de 2012

Seara ao vento




Bucólica

A vida é feita de pequenos nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia 
Nos beirais;

De poeira;
de sombra de uma fogueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
Miguel Torga

S. Martinho de Anta, 30 de abril de 1937
Percurso realizado no dia 09.06.2012

1. Saída da Escola Básica do 2º e 3º CEB de Manteigas
2. Caldas de Manteigas
3. Vale Glaciar do Zêzere
4. Covão d'Ametade
5. Rua dos Mercadores
6. Torre
7. Lagoa do Peixão
8. Lagoa Comprida
9. Pedreira
10. Sabugueiro
11. Vale do Rossim

O percurso




2. Caldas de Manteigas





Uma morena ou moreia é um amontoado de pedras que os glaciares, ao descer, vão acumulando dos lados e na sua parte inferior.
Em Portugal um dos melhores locais para observar uma morena produzida por um glaciar é na Serra da Estrela perto de Manteigas. Aí verifica-se a formação comum do aglomerado de pedras arrastadas e moldadas pelo glaciar.

in wikipedia

3. Vale Glaciar do Zêzere


Nesta imagem é verificável a diferença de tonalidade entre as vertentes do vale glaciar do Zêzere em resultado das diferenças na cobertura vegetal. À esquerda, vertente soalheira, voltada a sul; à direita, vertente umbria voltada  a norte.

"Coffee" break


Blocos erráticos




Esker – Depósitos de areia e cascalho que se desenvolveram dentro do glaciar.





A Intersecção de dois vales glaciários. O Zêzere e o seu tributário, o vale (suspenso) da Candeeira.

(ver moreia de intersecção - espinhaço de cão)



Vale suspenso (candeeira) - vista de satélite



Glaciar na Islândia - uma situação análoga àquela que se verificou no vale do Zêzere. O glaciar principal e os seus tributários.





Teixo com, aproximadamente, 600 anos. Vertente umbria, mais húmida.




Para sustentar os contrastes entre vertentes deve referir-se o processo Foehn, que, em Portugal, se verifica, com evidência nas montanhas concordantes (montanhas mais ou menos paralelas à linha de costa e que, por isso, oferecem maior resistência à passagem das massas de ar).

Um vento Föhn (ou Foehn) ocorre quando uma massa de ar é forçada a subir uma montanha. Ao subir a vertente, o ar expande-se devido à diminuição da pressão atmosférica com a altitude e arrefece, atinge o seu ponto de saturação, condensa, e ocorre precipitação.

Na continuidade do fluxo de ar, agora desprovido de muita da sua carga higrométrica, desce a encosta do lado oposto (sotavento da montanha), aumentando, na descida, a sua pressão atmosférica, aquecendo,  resultando um vento mais quente e mais seco.



Torrente - Bacia de receção, canal de escoamento e cone de dejeção





Vale do Zêzere cujo perfil transversal em U prova a existência de um glaciar.



Perfil transversal do vale do Zêzere - na área assinalada com segmento de reta.



Blocos graníticos com extensas redes de diaclases.







4. Covão d'Ametade




O "Circo" Glaciário





 Cântaro Magro

Cântaro Gordo

Cântaro Raso



Bétulas




Lagartixa-de-carbonell (Podarcis carbonelli)





Covão do Boi – Formas de erosão granítica, blocos pedunculados e colunares.




5. Rua dos Mercadores


Fratura (Filão com dolerito)



Filão de rocha de composição dolerítica altamente meteorizada.


6. Torre


Centro de interpretação - elementos da exposição permanente 


modelo tridimensional













Afloramentos de granitos da Estrela onde se observa um conjunto de pequenas lagoas, controladas por fraturação sub-horizontal. O arranque das lages e blocos que cobriram estas depressões foi efetuado pelo gelo que na sua passagem poliu e estriou grandes extensões da superfície do granito.




7. Lagoa do Peixão



Zimbro
(que se inclina para a direita vencido pelos ventos dominantes)


Piornos Serrano




Contraste de cores das flores da urze-vermelha-arroxeada (Erica australis) e urze-branca (Erica arborea).


Cervunal (cervum) - drenagem natural lenta




Fritilária (Fritilillaria lusitanica)




Vale suspenso (candeeira) e lagoa - vistos do fragão do poio dos cães






Filão de quartzo

Estes filões são constituídos por quartzo, que se deposita nas fraturas das rochas.




8. Lagoa Comprida


Arando - Vaccinium myrtillus



Armeria sampaioi


Carduus platypus



9. Pedreira


A instalação de pedreiras na área do Parque Natural  é condicionada, existindo no entanto antigas explorações, aquando da construção das barragens.



Diferentes tipos de granito


10. Sabugueiro


11. Vale do Rossim



Os companheiros de jornada